Rinoplastia

Conceito

A rinoplastia ou cirurgia plástica do nariz consiste na correção de deformidades nasais adquiridas (após traumas) ou congênitas. Ela ajuda na atenuação de desvios da normalidade e tem objetivo de conferir um aspecto mais harmônico ao nariz, a fim de melhor representar um conjunto agradável com as estruturas faciais adjacentes.

Indicação

A rinoplastia está indicada nos casos de alterações primárias (decorrentes do crescimento nasal de maneira não harmônica com o restante da face) ou secundárias (após traumas nasais).

No caso das alterações primárias, quando o paciente julga apresentar um nariz não adequado ao conjunto facial, o cirurgião realiza avaliação criteriosa da face e do nariz do paciente para chegar a um bom diagnóstico. São avaliados aspectos como a proporcionalidade da face, a oclusão dental, as características da pele, os ângulos nasais, a presença ou não de obstrução nasal e o aspecto do nariz para definir a necessidade da rinoplastia, bem como os aspectos a serem melhorados.

Preparo cirúrgico

Conforme a idade do paciente e a presença de condições associadas são solicitados exames pré-operatórios como exames de sangue (hemograma e coagulorama), radiografia de tórax e eletrocardiograma. Eventualmente será solicitada tomografia de face para melhor avaliação do septo nasal. Em algumas situações pode ser necessária a opinião de outros especialistas.

Na véspera da cirurgia a paciente deve fazer jejum de oito horas e se internar no hospital escolhido 2 horas antes do procedimento. Os detalhes são fornecidos por escrito para cada paciente conforme a cirurgia.

Na semana anterior à cirurgia, evita-se a utilização de qualquer medicação e mesmo alguns chás, que podem alterar a coagulação. A necessidade de utilização de medicamentos deve ser informada ao cirurgião.

Anestesia

A anestesia pode ser do tipo geral ou local associada à sedação, realizada pelo médico anestesista da equipe, habituado às particularidades de cada procedimento.

Técnica cirúrgica (figuras 1 a 3)

A rinoplastia é realizada através de incisão na porção interna do nariz e, às vezes, associada a uma pequena incisão na columela nasal (porção do nariz próxima ao lábio) para um melhor acesso da região a ser abordada (figura 1).

A cirurgia do nariz tem vários aspectos e cada caso é abordado de maneira individualizada, conforme as necessidades do paciente. Podem ser abordados a ponta nasal, o dorso nasal (giba), a largura da dorso nasal (osso do nariz) e a largura da parte inferior do nariz (quando este é muito largo), entre outros aspectos.

A porção óssea do nariz nem sempre será abordada (fratura ou raspagem do osso), o que depende das alterações observadas. Durante a cirurgia nasal pode ser necessário o tratamento do septo nasal (rinosseptoplastia) quando houver obstrução nasal devido a desvio do septo nasal.

Ao final da cirurgia as incisões são fechadas e deixa-se um curativo interno (tampão nasal) por 1 dia e um curativo externo (gesso) por 7 dias. A cirurgia dura cerca de 1 a 2 horas.

Pós-operatório

O paciente recebe alta no mesmo dia da cirurgia com as medicações habituais para controle da dor (analgésicos), da inflamação (anti-inflamatórios), prevenção de infecções (antibióticos) e protetor gástrico.

Até a retirada do curativo interno (tampão nasal), o paciente vai respirar apenas pela boca. O tampão é retirado após 24 horas da cirurgia.

O paciente deve permanecer em repouso relativo (sem esforços exagerados) durante 1 semana. Deve-se evitar situações de risco de impacto (atividades esportivas e outros eventos com aglomeração de pessoas) por um período de 1 mês, enquanto a porção óssea do nariz está cicatrizando.

A região operada apresenta equimose (marcas roxas) por 1 a 2 semanas e inchaço variável por um período de 1 a 2 meses. É comum a presença de olheiras por um período de 1 a 3 meses.

Durante cerca de 1 mês não se deve usar óculos para não comprimir a região dos osso nasais.

Perguntas frequentes

1. O cigarro atrapalha a cirurgia?

Sim. O cigarro age diminuindo o fluxo sanguíneo para a região operada. Na cirurgia nasal, entretanto, são raros os relatos de problemas de cicatrização ou necrose por se tratar de uma área muito bem vascularizada (bom fluxo sanguíneo).

2. A cicatriz fica visível?

Toda cicatriz é permanente, mas com o tempo ela fica clara e pouco visível. No início a cicatriz é avermelhada e, após 1 a 2 anos, ela fica madura e mais clara. No caso da cirurgia nasal, posiciona-se a cicatriz na porção interna do nariz, ficando escondida. Em alguns casos faz-se necessária uma incisão na columela (porção inferior do nariz próxima ao lábio), mas esta fica pouco aparente.

3. Quando perceberei o resultado final da cirurgia?

A maior parte do resultado já está aparente após 1 ou 2 meses. O resultado final da cirurgia ocorre ao redor de 6 meses após a cirurgia, quando não há mais inchaço e o contorno é definitivo. Tratamentos estéticos como drenagem linfática ajudam a apressar o resultado. Conforme a pele do paciente na região nasal (mais fina ou mais espessa), haverá inchaço de menor ou maior duração.

4. Posso melhorar minha respiração com uma rinoplastia?

Sim. Nos casos de obstrução nasal, deve-se avaliar a causa no período pré-operatório (desvio de septo e hipertrofia de corneto, por exemplo) para que esta seja corrigida durante a cirurgia, o que caracteriza uma rinosseptoplastia.

5. Sempre há necessidade de se realizar fratura nasal?

Não. Depende de cada paciente. Em alguns casos atua-se apenas na ponta nasal e nas estruturas cartilaginosas do nariz. Em outros basta uma raspagem do dorso nasal (giba óssea). E, em outras situações, há necessidade de se realizar a fratura dos ossos nasais para se obter um melhor resultado e afinar o nariz. A necessidade ou não de fratura nasal é discutida com o paciente nas consultas anteriores à cirurgia.

6. Existe risco nesta cirurgia?

Como o simples ato de atravessar uma rua acarreta riscos, uma cirurgia plástica também apresenta riscos. As complicações da cirurgia de nariz são pouco frequentes, mas não devem ser minimizadas. Dessa maneira, uma boa avaliação pré-operatória e a solicitação de exames conforme cada caso são essenciais. Os benefícios e os riscos da cirurgia devem ser mensurados e quando a relação pende para um grande benefício com um pequeno risco ela deve ser realizada.

No caso da cirurgia nasal o principal risco é o de haver necessidade de retoques após 6 a 12 meses em cerca de até 15% dos casos, segundo dados da literatura médica. Isso ocorre porque a cicatrização do paciente não é um processo que pode ser controlado, estando sujeito a algum grau de retração e necessidade de revisão.