Abdominoplastia

Conceito

A abdominoplastia consiste na retirada do excesso de pele da região abdominal inferior (barriga) juntamente com a gordura subjacente. A pele a ser retirada na cirurgia encontra-se flácida e não é passível de melhora com outro tratamento ou com exercícios físicos.

Indicação

Geralmente indicada para pacientes que apresentaram uma ou mais gestações ou sofreram diminuição relevante de peso (após dieta ou cirurgia para obesidade). Frequentemente os pacientes apresentam-se entre quarta e quinta décadas, uma vez que nesta idade a pele se torna menos elástica, havendo sobra de pele na região do abdome.

Preparo cirúrgico

Conforme a idade do paciente e a presença de condições associadas, são solicitados exames pré-operatórios como exames de sangue (hemograma, coagulorama, entre outros), radiografia de tórax e eletrocardiograma. Em algumas situações pode ser necessária a opinião de outros especialistas.

Na véspera da cirurgia a paciente deve fazer jejum de oito horas e se internar no hospital escolhido 2 horas antes do procedimento. Os detalhes são fornecidos por escrito para cada paciente conforme a cirurgia.

Na semana anterior à cirurgia, evita-se a utilização de qualquer medicação e mesmo alguns chás, que podem alterar a coagulação. A necessidade de utilização de medicamentos deve ser informada ao cirurgião.

Anestesia

A anestesia pode ser do tipo geral ou peridural, realizada por médico anestesista da equipe, habituado às particularidades de cada procedimento.

Técnica cirúrgica (figuras 1 a 5)

A cirurgia consiste no tratamento de 3 camadas específicas da anatomia da paciente. O excesso de pele, a gordura localizada junto a este excesso de pele e a correção do afastamento (diástase) dos músculos do abdome são tratados.

O procedimento é feito através de incisão transversal na porção inferior do abdome (próxima ou coincidente com a cicatriz de cesárea, se existente, porém maior; figura 1). Após a incisão a pele e a gordura do abdome são separadas da parede muscular (figura 2). Com isso, pode-se corrigir o afastamento dos músculos da parede abdominal com pontos para aproximar os dois músculos e reforçar a parede abdominal (figura 3). Em seguida, retira-se o excesso de pele e gordura e fecha-se a incisão (figuras 4 e 5).

A cirurgia dura entre 2 e 3 horas e pode ser associada à lipoaspiração da cintura e de outras regiões, quando necessário.

Pós-operatório

Normalmente deixa-se um dreno para aspirar o líquido coletado na região operada por um período variável entre 1 e 3 dias. A paciente recebe alta no dia seguinte à cirurgia.

Devido à retirada do excesso de pele, a paciente deve andar levemente arqueada durante 1 a 2 semanas para não forçar os pontos da cirurgia.

A cirurgia do abdome não costuma causar muita dor e são prescritos analgésicos para o seu controle. Também são prescritos antiinflamatório, antibiótico (prevenção de infecção) e protetor gástrico (para evitar irritação do estômago causada pelas outras medicações).

A paciente deve permanecer em repouso relativo (sem esforços exagerados) durante 2 semanas. Após 6 semanas a paciente está liberada para atividade física normal, incluíndo academia.

Normalmente a região inferior do abdome (próxima à incisão) fica com a sensibilidade diminuída após a cirurgia. Isso tende a ser mais pronunciado nos meses iniciais e melhorar após 3 a 6 meses, porém a pele da região pode permanecer com a sensibilidade diminuída indefinidamente.

A região operada apresenta inchaço por um período de 1 a 2 meses, havendo benefício com a realização de drenagem linfática e outros procedimentos de fisioterapia.

Perguntas frequentes

1. Tenho de emagrecer para realizar a cirurgia?

O resultado cirúrgico será melhor se a paciente estiver próxima do peso ideal. Isso não impede que uma paciente com algum sobrepeso realize a cirurgia. Para determinar o benefício da cirurgia, utiliza-se o índice de massa corpórea e outros indicadores como o biotipo e a idade. Dessa maneira, pode-se concluir a necessidade ou não de se perder peso antes da cirurgia.

2. Quanto emagreço com a cirurgia?

Como a retirada do tecido em excesso costuma concentrar-se na região inferior do abdome e consiste em pele e gordura subjacente, a diminuição do peso é mínima (ao redor de 1 a 2 kg). Nos primeiros dias após a cirurgia, há inclusive aumento do peso devido ao inchaço, o que regride depois.

3. O cigarro atrapalha a cirurgia?

Sim. O cigarro age diminuindo o fluxo sanguíneo para a região operada. Na cirurgia do abdome, onde ocorre descolamento de tecidos durante a cirurgia, há aumento do risco de deiscência (abertura de pontos) e mesmo de necrose (perda) da pele. Para diminuir o risco solicita-se que a paciente pare de fumar 4 semanas antes da cirurgia.

4. A cicatriz fica visível?

Toda cicatriz é permanente, mas com o tempo ela fica clara e pouco visível. No início a cicatriz é avermelhada e, após 1 a 2 anos, ela fica madura e mais clara. No caso da cirurgia do abdome, posiciona-se a cicatriz na região da roupa íntima de maneira a deixá-la menos aparente.

5. Posso engravidar após a cirurgia?

A abdominoplastia não impede gestações futuras. Entretanto, o resultado da cirurgia pode ser perdido parcial ou totalmente, dependendo de quanto peso a paciente ganhar na gestação. Dessa maneira, aconselha-se a ter a prole definida antes de se submeter à cirurgia de abdominoplastia.

6. O que acontece com meu umbigo?

A cicatriz umbilical fica no mesmo lugar em que se encontrava antes da cirurgia do abdome. É realizado um corte ao redor do umbigo e a pele passa sobre ele, sendo aberto novo orifício para acomodar o umbigo.

7. Quando perceberei o resultado final da cirurgia?

A maior parte do resultado já está aparente após 1 ou 2 meses. O resultado final da cirurgia ocorre ao redor de 6 meses após a cirurgia, quando não há mais inchaço e o contorno é definitivo. Tratamentos estéticos como drenagem linfática e ultrassom ajudam a apressar o resultado.

8. Existe risco nesta cirurgia?

Como o simples ato de atravessar uma rua acarreta riscos, uma cirurgia plástica também apresenta riscos. As complicações cirúrgicas da abdominoplastia são pouco frequentes, mas não devem ser minimizadas.

Dessa maneira, uma boa avaliação pré-operatória e a solicitação de exames conforme cada caso são essenciais. Os benefícios e os riscos da cirurgia devem ser mensurados e quando a relação pende para um grande benefício com um pequeno risco ela deve ser realizada.