Mastopexia

CIRURGIA MASTOPEXIA

CIRURGIA DE ELEVAÇÃO DAS MAMAS

Conceito

A cirurgia mastopexia consiste na elevação da posição das mamas para altura adequada através de procedimento cirúrgico, devolvendo a posição natural e jovial às mamas.


Indicação

A cirurgia de elevação das mamas está indicada nos casos em que as mamas apresentam queda em relação à posição considerada normal.

A posição normal das mamas depende de alguns fatores como altura e tamanho do tórax e frequentemente coincide com a altura média do braço em relação às aréolas.

A queda das mamas ocorre devido à gestação e amamentação, oscilações bruscas de peso e com o passar dos anos e efeito cumulativo da gravidade. Pode ocorrer a combinação destes fatores.

O grau de ptose (queda) varia de paciente para paciente e pode ser classificado em pequeno, médio e grande, conforme a queda da mama em relação a sua posição normal.


Preparo cirúrgico

Conforme a idade do paciente e a presença de condições associadas, são solicitados exames pré-operatórios como exames de sangue (hemograma e coagulorama), radiografia de tórax e eletrocardiograma. Em algumas situações pode ser necessária a opinião de outros especialistas.

Como preparo para a cirurgia faz-se necessária a avaliação das mamas através de exames de imagem (mamografia e ultrassom) e, em alguns casos, a opinião de um mastologista (quando houver algum tipo de queixa em relação às mamas como dor ou nodulações).

Na véspera da cirurgia a paciente deve fazer jejum de oito horas e se internar no hospital escolhido 2 horas antes do procedimento. Os detalhes são fornecidos por escrito para cada paciente conforme a cirurgia.

Na semana anterior à cirurgia, evita-se a utilização de qualquer medicação e mesmo alguns chás, que podem alterar a coagulação. A necessidade de utilização de medicamentos deve ser informada ao cirurgião.


Anestesia

A anestesia pode ser do tipo geral, peridural ou local associada à sedação dependendo de cada caso e é realizada por médico anestesista da equipe, habituado às particularidades de cada procedimento.


Técnica cirúrgica (figuras 1 a 4)

A mastopexia é realizada através de incisão ao redor da aréola, vertical da aréola até o sulco mamário e horizontal no sulco mamário, resultando a combinação destas duas últimas em uma cicatriz em “T” invertido (figura 4). A incisão clássica consiste na combinação destas incisões e se aplica na maior parte dos casos de ptose mamária (queda das mamas), variando o tamanho da porção horizontal da cicatriz que será maior quanto maior for a queda das mamas. Em casos mais leves ou iniciais de ptose mamária pode-se fazer apenas a incisão ao redor da aréola combinada à vertical. As particularidades com relação ao posicionamento das incisões são discutidas e explicadas na fase anterior à cirurgia, levando em conta as características de cada paciente.

Realiza-se a mobilização do tecido mamário e aplicam-se pontos para posicionar a mama em local adequado, com o objetivo de conferir um aspecto natural e agradável às mamas. Nos casos em que se deseja diminuir um pouco o tamanho das mamas, isso pode ser realizado nesta fase da cirurgia. Em casos onde se deseja aumentar as mamas, além de elevá-las, pode-se colocar uma prótese mamária associada à elevação das mamas com pontos.

Conforme a necessidade colocam-se drenos para aspirar o líquido coletado na região operada e estes são retirados após 24 a 48 horas. Em seguida fecham-se as incisões. Um curativo leve é posicionado ao redor das mamas. O tempo médio de duração da cirurgia é de 2 a 3 horas.

A cirurgia de elevação das mamas tem várias similaridades com a cirurgia de diminuição, pois obedecem aos mesmos princípios.
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Figura 1 - Paciente com ptose mamária (queda das mamas).

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Figura 2 - Área a ser abordada (em dourado) e posição para onde será elevada a aréola (seta).

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Figura 3 - Posicionamento da aréola e fechamento da incisão.

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Figura 4 - Pós-operatório e cicatriz resultante em “T invertido”.

Pós-operatório

A paciente recebe alta hospitalar ao final do dia ou no dia seguinte à cirurgia, conforme o caso.

A cirurgia de elevação das mamas causa dor moderada e são prescritos analgésicos para o seu controle. Também são prescritos antiinflamatório, antibiótico (prevenção de infecção) e protetor gástrico (para evitar irritação do estômago pelas outras medicações).

Durante um mês indica-se a utilização contínua de soutien cirúrgico para melhor acomodar as mamas e, após esse período, utiliza-se o soutien durante o dia por mais 30 dias.

A paciente deve permanecer em repouso relativo (sem esforços exagerados) durante 2 semanas. Após 6 semanas a paciente está liberada para atividade física normal, incluíndo academia. Há cuidado inicial em não se realizar movimentos excessivos com os braços nas primeiras 4 semanas para que as incisões cicatrizem adequadamente.

A região operada apresenta inchaço por um período de 1 a 2 meses, havendo benefício com a realização de drenagem linfática e outros procedimentos de fisioterapia.

Após 6 meses obtém-se o resultado final, quando não há mais inchaço e o formato das mamas encontra-se natural.

Perguntas frequentes

1. Como fica a amamentação após a cirurgia?

Nas pacientes em idade gestacional, pode haver diminuição da amamentação após a cirurgia, pois incisa-se ou diminui-se um pouco a glândula mamária a fim de posicionar adequadamente as mamas. Usualmente não há prejuízo na amamentação, uma vez que a glândula mamária permanece, mas não há como se prever com precisão qual será o grau de alteração na amamentação.


2. Há alteração da sensibilidade mamária?

As mamas muito baixas podem apresentam alguma diminuição da sensibilidade antes da cirurgia. Após a cirurgia pode ocorrer diminuição adicional da sensibilidade por um período de 3 a 6 meses ou mesmo definitivo, uma vez que há incisão ou retirada parcial de glândula mamária em conjunto com algum dos pequenos filamentos nervosos.


3. Se engravidar após cirurgia vou perder o resultado obtido?

Parcialmente. Após a gestação e a amamentação haverá mudança da mama, podendo ocorrer algum grau de flacidez adicional. Entretanto, isso já ocorreria mesmo sem a realização da cirurgia de elevação das mamas. Alguns fatores como a qualidade da pele da paciente, o ganho de peso durante a gestação e a amamentação ou não, fazem com que as alterações sejam variáveis e de difícil previsão.


4. Se oscilar meu peso após a cirurgia vou perder o resultado obtido?

Depende do grau de oscilação. As mamas ganham e perdem volume em conjunto com as oscilações do organismo, mas em pequenos graus de variação (3 a 5 kg) as mudanças são sutis e não chamam a atenção. Entretanto, em casos com oscilação a partir de 5 kg, as mudanças são perceptíveis, havendo aumento do volume com o ganho de peso, e diminuição e flacidez com a diminuição de peso.


5. O cigarro atrapalha a cirurgia?

Sim. O cigarro age diminuindo o fluxo sanguíneo para a região operada. Na cirurgia de elevação mamária, como o descolamento é relevante, há risco de deiscência da incisão (abertura de pontos) e de necrose (perda) parcial ou total da aréola. Para diminuir o risco solicita-se que a paciente pare de fumar 4 semanas antes da cirurgia.


6. A cicatriz fica visível?

Toda cicatriz é permanente, mas com o tempo ela fica clara e pouco visível. No início a cicatriz é avermelhada e, após 1 a 2 anos, ela fica madura e mais clara. No caso da cirurgia de elevação mamária, posiciona-se a cicatriz na região do sulco, vertical em direção à aréola e ao redor da aréola, podendo ser coberta com soutien ou biquini. Quanto mais baixa a posição das mamas antes da cirurgia, maior terá de ser a incisão horizontal no sulco mamário para permitir o correto posicionamento das mamas. São incisões de tamanho relevante, que com o tempo ficam pouco aparentes, mas o grande ganho desta cirurgia é o posicionamento correto das mamas com um melhor formato final. O tamanho e a posição das cicatrizes são discutidos com a paciente no pré-operatório.


7. Quando perceberei o resultado final da cirurgia?

O resultado final é obtido após 6 meses quando não há mais inchaço e as mamas apresentam um formato natural. Tratamentos estéticos como drenagem linfática e ultrassom ajudam a apressar o resultado.


8. Existe risco nesta cirurgia?

Como o simples ato de atravessar uma rua acarreta riscos, uma cirurgia plástica também apresenta riscos. As complicações da cirurgia de elevação das mamas são pouco frequentes, mas não devem ser minimizadas. Dessa maneira, uma boa avaliação pré-operatória e a solicitação de exames conforme cada caso são essenciais. Os benefícios e os riscos da cirurgia devem ser mensurados e quando a relação pende para um grande benefício com um pequeno risco ela deve ser realizada.

Os riscos da cirurgia seriam hematoma (sangramento na região operada), podendo necessitar de drenagem cirúrgica e infecção (1-2%), havendo necessidade de tratamento específico para cada caso.

Pelo relevante descolamento necessário para se realizar a elevação das mamas nos casos mais avançados pode ocorrer a abertura de alguns ponto na região da junção das cicatrizes (“T invertido”), mas são de pequeno incômodo e manejadas com curativos.

A presença de diferenças (assimetrias) entre um lado e outro das mamas frequentemente já estão presentes no pré-operatório e são mostradas a paciente pelo cirurgião. Tenta-se diminuir ao máximo esta diferença, mas pode ocorrer de ainda haver diferença no pós-operatório em menor grau.