Mastoplastia Redutora

MASTOPLASTIA REDUTORA

(Cirurgia de redução mamária)

Conceito

A cirurgia de mastoplastia redutora consiste na redução e posicionamento das mamas na altura adequada através de procedimento cirúrgico.



Indicação

Apresenta indicação nas pacientes com mamas grandes e, frequentemente, baixas em relação a posição normal das mamas.

Em alguns casos o tamanho das mamas é tão grande que pode causar problemas como dor na coluna e outras alterações ortopédicas.



Preparo cirúrgico

Conforme a idade do paciente e a presença de condições associadas, são solicitados exames pré-operatórios como exames de sangue (hemograma e coagulorama), radiografia de tórax e eletrocardiograma. Em algumas situações pode ser necessária a opinião de outros especialistas.

Como preparo para a cirurgia faz-se necessária a avaliação das mamas através de exames de imagem (mamografia e ultrassom) e, em alguns casos, a opinião de um mastologista (quando houver algum tipo de queixa em relação às mamas como dor ou nodulações).

Na véspera da cirurgia a paciente deve fazer jejum de oito horas e se internar no hospital escolhido 2 horas antes do procedimento. Os detalhes são fornecidos por escrito para cada paciente conforme a cirurgia.

Na semana anterior à cirurgia, evita-se a utilização de qualquer medicação e mesmo alguns chás, que podem alterar a coagulação. A necessidade de utilização de medicamentos deve ser informada ao cirurgião.



Anestesia

A anestesia pode ser do tipo geral ou peridural, realizada por médico anestesista da equipe, habituado às particularidades de cada procedimento.



Técnica cirúrgica (figuras 1 a 3)

A cirurgia de redução mamária é realizada através de incisões ao redor da aréola, descendo até o sulco mamário e horizontal no sulco, conhecida como “T” invertido (figuras 2 e 3).

Realiza-se a mobilização do tecido mamário e a redução do excesso de mama, conforme a necessidade de cada paciente. Após isso, procede-se a montagem da mama com pontos a fim de corrigir a queda das mamas típica nos casos de hipertrofia mamária (mamas grandes).

Conforme a necessidade colocam-se drenos para aspirar o líquido coletado na região operada e estes são retirados após 24 a 48 horas. Em seguida fecham-se as incisões. Um curativo leve é posicionado ao redor das mamas. O tempo médio de duração da cirurgia é de 3 a 4 horas.

A cirurgia de diminuição das mamas tem várias similaridades com a cirurgia de elevação, pois obedecem aos mesmos princípios.

Abdome1

Figura 1 - Paciente com hipertofia mamária (mamas grandes).

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Figura 2 - Incisões (em branco) e área a ser diminuída (em amarelo).

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Figura 3 - Pós-operatório. Cicatriz em “T invertido”.

Pós-operatório

A paciente recebe alta hospitalar ao final do dia ou no dia seguinte à cirurgia, conforme o caso.

A cirurgia de redução mamária causa moderada dor e são prescritos analgésicos para o seu controle. Também são prescritos antiinflamatório, antibiótico (prevenção de infecção) e protetor gástrico (para evitar irritação do estômago pelas outras medicações).

Durante um mês indica-se a utilização de soutien cirúrgico para melhor acomodar as mamas de maneira contínua e, após esse período, utiliza-se o soutien durante o dia por mais 30 dias.

A paciente deve permanecer em repouso relativo (sem esforços exagerados) durante 2 semanas. Após 6 semanas a paciente está liberada para atividade física normal, incluíndo academia. Há cuidado em não se realizar movimentos excessivos com os braços nas primeiras 4 semanas, para que as incisões cicatrizem adequadamente.

A região operada apresenta inchaço por um período de 1 a 2 meses, havendo benefício com a realização de drenagem linfática e outros procedimentos de fisioterapia. Após o período de 6 meses obtém-se o resultado final, quando não há mais inchaço e o formato das mamas encontra-se natural.

Perguntas frequentes

1. Devo emagrecer para realizar a cirurgia de redução mamária?

Depende. Quando a paciente encontra-se próxima do peso ideal não há necessidade de emagrecer. Entretanto, quando há excesso de peso relevante, discute-se com a paciente a necessidade de diminuir o peso antes da cirurgia. São considerados a idade, o tipo físico (estatura, tamanho do tórax e índice de massa corpórea) e a disposição para emagrecer da paciente para avaliar a necessidade e a meta a ser atingida na diminuição de peso. Em pacientes com grande excesso de peso, o resultado obtido com a cirurgia é inferior ao obtido naquelas pacientes próximas do peso ideal, além de se esperar uma cirurgia maior com recuperação mais prolongada.

Dessa maneira, o cirurgião e a paciente entram em consenso, a fim de se verificar a necessidade de diminuição pré-operatória de peso e o estabelecimento de uma meta realista a ser alcançada. A diminuição de peso é obtida através de orientação nutricional e hábitos de vida saudável, prática de atividade física e, em casos selecionados, uso de medicação orientada por médico endocrinologista.


2. Como fica a amamentação após a cirurgia?

Nas pacientes em idade gestacional a amamentação pode sofrer diminuição após a cirurgia, pois retira-se uma parte da glândula mamária. Usualmente não há prejuízo na amamentação, uma vez que permanece glândula mamária, mas não há como se prever com precisão qual será o grau de alteração na amamentação.


3. Há alteração da sensibilidade mamária?

As mamas muito grandes já apresentam alguma diminuição da sensibilidade antes da cirurgia. Após a cirurgia pode ocorrer diminuição adicional da sensibilidade por um período de 3 a 6 meses ou mesmo definitivo, uma vez que há retirada parcial de glândula mamária em conjunto com algum dos pequenos filamentos nervosos.


4. Se engravidar após cirurgia vou perder o resultado obtido?

Parcialmente. Após a gestação e a amamentação haverá mudança da mama, podendo ocorrer algum grau de flacidez adicional. Entretanto, isso já ocorreria mesmo sem a realização da cirurgia de diminuição das mamas. Alguns fatores como a qualidade da pele da paciente, o ganho de peso durante a gestação e a amamentação ou não, fazem com que as alterações sejam variáveis e de difícil previsão.


5. Se oscilar meu peso após a cirurgia vou perder o resultado obtido?

Depende do grau de oscilação. As mamas ganham e perdem volume em conjunto com as oscilações do organismo, mas em pequenos graus de variação (3 a 5 kg) as mudanças são sutis e não chamam a atenção. Entretanto, em casos com oscilação a partir de 5 kg, as mudanças são perceptíveis, havendo aumento do volume com o ganho de peso, e diminuição e flacidez com a diminuição de peso.


6. O cigarro atrapalha a cirurgia?

Sim. O cigarro age diminuindo o fluxo sanguíneo para a região operada. Na cirurgia de redução mamária, como o descolamento é extenso e as mamas são grandes, há considerável risco de deiscência da incisão (abertura de pontos) e necrose parcial (perda) da aréola e da pele próxima à incisão. Para diminuir o risco solicita-se que a paciente pare de fumar 4 semanas antes da cirurgia.


7. A cicatriz fica visível?

Toda cicatriz é permanente, mas com o tempo ela fica clara e pouco visível. No início a cicatriz é avermelhada e, após 1 a 2 anos, ela fica madura e mais clara. No caso da cirurgia de redução mamária, posiciona-se a cicatriz na região do sulco, vertical em direção à aréola e ao redor da aréola, podendo ser coberta com soutien ou biquini. São incisões de tamanho relevante e, com o passar do tempo, ficam pouco aparentes. O grande ganho desta cirurgia é a diminuição de volume e melhor posicionamento das mamas, com a obtenção de um melhor formato das mamas.


8. Quando perceberei o resultado final da cirurgia?

O resultado final é obtido após 6 meses quando não há mais inchaço e as mamas apresentam um formato natural. Tratamentos estéticos como drenagem linfática e ultrassom ajudam a apressar o resultado.


9. Existe risco nesta cirurgia?

Como o simples ato de atravessar uma rua acarreta riscos, uma cirurgia plástica também apresenta riscos. As complicações da cirurgia de redução mamária são pouco frequentes, mas não devem ser minimizadas. Dessa maneira, uma boa avaliação pré-operatória e a solicitação de exames conforme cada caso são essenciais. Os benefícios e os riscos da cirurgia devem ser mensurados e quando a relação pende para um grande benefício com um pequeno risco ela deve ser realizada.

Os riscos da cirurgia seriam hematoma (sangramento na região operada), podendo necessitar de drenagem cirúrgica e infecção (1-2%), havendo necessidade de tratamento específico para cada caso.

Pelo extenso descolamento necessário para se realizar a diminuição das mamas pode ocorrer a abertura de alguns pontos na região da junção das cicatrizes (“T invertido”), mas são de pequeno incômodo e manejadas com curativos. A perda parcial ou completa da aréola é rara e tem maior risco nos caso de mamas gigantes.

A presença diferenças (assimetrias) entre um lado e outro das mamas são comuns no pré-operatório e são mostradas à paciente pelo cirurgião. Tenta-se diminuir ao máximo esta diferença, mas pode ocorrer de elas ainda existirem no pós-operatório, em menor grau.